Viajando com crianças - Entrevista


Essa semana a entrevista tem como tema os / as Mickeyrinhos de plantão. Realizar uma viagem somente em adultos e outra com a presença de crianças são experiências bem diferentes.

A entrevistada Camila Faria passou pelas duas e vai dividir conosco um pouquinho de como foi viajar com sua filhinha. Tratamos de questões como alimentação, cansaço e encontro com personagens. Vamos acompanhar?


Seja bem vinda, gostaria de agradecer em nome do Orlando+ por aceitar participar dessa entrevista. Teremos como assunto principal a experiência de viajar com criança (s) pequena (s). Vamos lá?


Você realizou uma viagem com sua filha de 02 anos e 03 meses e já havia realizado uma sem crianças. Quais as principais diferenças entre as viagens?


O que muda é o foco da viagem. Quando fomos para Orlando em 2009 e sem filhos nosso objetivo era aproveitar os parques ao máximo, da abertura ao fechamento, cada minuto disponível nos parques foi aproveitado. Não fizemos dia de descanso. Foi puxado rs. Fomos a todos os brinquedos radicais e almoçávamos fast food dos parques mesmo. Quando voltamos em 2012, com a nossa primeira filha, então com 2 anos e 3 meses, fomos em grupo com outras 2 crianças da mesma idade e foi “mais leve”, demos preferência à área infantil, sempre tínhamos reserva do almoço para podermos não enfrentar filas e não ficarmos no sol a pino. E quando elas dormiam, íamos nos brinquedos que elas não podiam participar devido a altura. 


Sabemos que o perfil e entendimento das crianças são diferentes do de adultos. Como você resolvia questões como compras, limitações, cansaço e imprevistos?


Como nossa filha está acostumada a shoppings isso não foi problema. Revezávamos quem ficava com ela para escolher e provar as roupas, fizemos muito site-to-store (ou store pick-up, quando você compra online e vai à loja buscar). Com o carrinho sempre a tiracolo para podermos colocar ou a pequena quando ela se cansava ou queria dormir ou as muitas sacolas rs. Respeitávamos sempre o horário de almoço e as horas da soneca. Procurei minimizar os imprevistos planejando a viagem desde o Brasil, estudando os mapas dos shoppings e escolhendo as lojas que iríamos comprar, assim não ficamos andando “perdidos” nos centros comerciais. 


Alimentação é um tema bastante controverso quando se fala de crianças e EUA. Como você resolveu esse “problema”?


Levamos do Brasil biscoitos, sucos de caixinha (de 200ml), e o leite em pó que ela estava acostumada. Levamos também 1 pacote daqueles feijões cozidos embalados a vácuo. Declaramos como baby food na imigração e não tivemos problema algum. Lá escolhemos um hotel com cozinha. Nos mercados compramos pacotes de legumes já cortados e arroz de minuto para fazer no forno de micro-ondas. Achei lá também, na sessão de comida mexicana, um feijão enlatado sem carne ou bacon, já cozido, muito bom. Sempre procurávamos restaurantes que servissem macarrão para colocar os feijões e os legumes que levávamos do hotel em um pote térmico. Algumas vezes fizemos “pit stop” nos restaurantes brasileiros para ela poder comer arroz e feijão, e fizemos algumas quentinhas para o hotel. O cuidado é sempre pedir o macarrão sem molho, que mesmo o infantil pode conter pimenta. A carne pegávamos do nosso prato e dávamos para ela.

Muitos alegam que não levariam crianças pequenas em suas viagens, pois elas não se lembram do que viram. Você concorda com isso?


Discordo totalmente. Jade adora contar momentos da viagem, que abraçou os personagens, que andou na montanha-russa do Pateta. Adora rever as fotos. E mesmo que ela não se lembrasse, cada sorriso dado, o brilho no olhar que ela tinha, fez que a viagem se tornasse inesquecível para nós, seus pais. É muito bom poder proporcionar um pouco de magia à infância de alguém.


O que sua filha diz que mais marcou na viagem? Os parques, personagens, shows?


Jade não curtiu muito os shows tipo teatro, por eles serem em inglês. Os shows de animais ela gostava e interagia. Ela adorava os personagens, abraça-los, fazer carinho, pegar autógrafos e tirar foto. Os brinquedos ela também curtiu muito.


Que conselhos você daria para quem vai realizar uma viagem com crianças?


Faça o planejamento desde o Brasil, consulte sites que estipulam o “nível de multidão”, estude os parques para poder já saber quais os brinquedos que seus filhos podem ou não participar, estude as lojas que vocês pretendem comprar, e selecione o local onde você vai comprar, pois muitas lojas são repetitivas nos shoppings e ficar entrando para saber se comprou ou não mais barato, seria uma perda de tempo. Programe ao menos uma refeição completa para seu filho. Invista num bom carrinho, porque aqueles de 15 dólares são desconfortáveis demais. Invista num bom pote térmico. E escolha hotéis que lhe deem suporte com cozinha, ou ao menos um micro-ondas, geladeira e pia (por que ninguém merece lavar copos no banheiro rs).

Que lugar é imprescindível de se conhecer em Orlando?


Os parques, principalmente o Magic Kingdom, que é onde a magia se materializa. Lugar de gente feliz. Repare nos olhos e expressões de surpresa dos visitantes e de seu filho. Nas lágrimas dos fogos. Nos arrepios das montanhas-russas. Esqueça o stress do dia-a-dia no Brasil.

Conte-nos alguma situação curiosa ou engraçada que vivenciou:


No Magic Kingdom, as crianças estavam tão exaustas que dormiram no carrinho e era hora de aproveitarmos. Paramos num canto da Tomorrowland, perto do brinquedo do Stitch. Daí o personagem chegou para as fotos e Jade e Raul estavam dormindo, e mesmo assim, saiu do ponto das fotos e foi lá, fazer carinho e tirar foto com os dorminhocos, sem que pedíssemos. Outra situação que me emocionou, foi na fila do Mickey “Mágico” no Hollywood Studios. Uma das crianças caiu na fila, e começou a chorar demais. O Mickey saiu de seu ponto e foi socorrê-la e ajudar a se levantar. A criança parou de chorar e deu-lhe um abraço bem gostoso. Não houve quem não ficou com os olhos marejados.

Estamos chegando ao fim de nossa entrevista, gostaria de deixar algum recado para nossos leitores?

Orlando é um lugar para se aproveitar cada minuto. Vale cada centavo gasto. Planeje. Estude a cidade antes de viajar, pois são muitas as atrações e a gente se perde com tanta opção. Participe de fóruns, grupos de discussão de Facebook, converse com outros viajantes e pegue muitas dicas. E tenha certeza que se beber da água na Disney, você vai querer voltar sempre!!!

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