Não deixe de conferir!
Sejam bem vindo (a), gostaria de agradecer em nome do Orlando+ por aceitar participar dessa entrevista. Teremos como assunto principal sua experiência em um CEP.
Conte um pouco sobre você e como foi sua experiência como Cast Member:
Meu nome é Milene, eu tenho 19 anos e faço Design de Moda. Pra começar, sou uma pessoa bem mais pé no chão em relação à Disney. Adoro os filmes, e sempre fui muito fã, mas comparado a grande parte das pessoas que se inscrevem, não sou nada “Disney Freak”. Mas o meu discurso não é nada diferente quanto ao fato de que foi uma experiência incrível. Eu nunca tinha de fato trabalhado na vida, ou morado sozinha, muito menos em outro país, então eu cresci muito como pessoa. Tive momentos bons e ruins, mas não trocaria por nada. Nem o desespero de não ter um pano de chão em casa depois de explodir a lava-louça em um mar de espuma, nem o desespero maior ainda de errar coisas no trabalho. Tudo me amadureceu e me fez ter outra percepção da Disney (e de mim mesma).
Como surgiu o desejo de se tornar um Cast Member?
Conhecia 3 pessoas que tinham sido Cast Members e todas tinham adorado. Juntei a vontade de ter a experiência, com a descoberta de uma desculpa pra sair de casa e me inscrevi.
Como foi o processo de seleção?
Durante qualquer processo de seleção todo mundo sempre fica um pouco tenso. É normal. Eu fiquei de stand-by na primeira fase, mas não demoraram muito pra me chamar. Na segunda passei direto, mas pra uma role que eu não queria nem um pouco: Quick Service. Sabem aquela pessoa ridícula na cozinha que queima miojo e explode salsichas? Sou eu. Então eu tinha certa aversão a trabalhar com comida. Fiquei bem chateada de ter caído pra essa role e pensei em recusar a Job Offer, mas ainda bem que não tive coragem! A verdade é que a sua role interessa muito pouco. Não é disso que sua experiência depende, já que todas as roles, sem exceção, tem coisas boas e ruins. O lema do ICP 14/15 (pelo menos entre meus amigos, haha) era “só vai”. Pra mim, não podia ser mais perfeito.
Quais funções você desempenhava?
Como eu comentei antes, eu fui Quick Service. Eu era Outdoor Foods, então eu ficava naqueles “carts” (stands de vários tamanhos espalhados pelos parques) que vendem pipoca, sorvete, turkey leg, pretzel, hot dog, cerveja (Epcot vende álcool), bebidas, slushies, etc. Eu tinha, geralmente, que fazer o inventário, abrir o cart, vender as coisas, fechar o cart, limpar ele todo, fazer inventário de novo, contar o caixa, e então ir pra casa. Eu quase nunca ia pra “kitchen” que é onde eles fazem as comidas. Fiquei expert em carregar caixas e ficar em pé o dia todo (mas a maioria dos Cast Members trabalha em pé).
Em resumo, como era o seu dia a dia? (horário em que acordava, horário de trabalho, o que fazia, retorno, etc)
Eu tinha horários bem tranquilos, em média, das 11h às 20h30 (mas já cheguei bem mais cedo e já saí bem mais tarde). Era bem raro eu ter um shift de menos de 9 horas. Apesar de ser um horário tranquilo, não acordava cedo e não saia tarde, eu não podia fazer outras coisas durante o dia além das baladas à noite, porque meu horário cortava meu dia no meio. Mas nas folgas rolava parque, outlet, shopping, qualquer coisa.
O que você considera melhor e o que considera pior em sua experiência?
Eu adorava não estar presa a um lugar só. Cada dia estava em um cart diferente do Future World ou em um da World Showcase, então eram sempre lados diferentes do parque. As pessoas que você conhece são tão variadas e incríveis que até as chatas são interessantes. Eu conversava com qualquer pessoa que passasse só pra saber um pouco mais de qualquer coisa. De pior... Acho que pegar o jeito do trabalho. Sou bizarramente atrapalhada, e cada cart era bem diferente, então eu tava sempre fazendo alguma burrada (sem querer!!). Mas a gente pega o jeito. Eu me esforçava, de verdade.
Você teve ou propiciou algum Magical Moment? Pode nos contar como foi?
Acho que não. Dar sorvete novo pra criança que derruba o dela no chão não é exatamente Magical Moment. Mas o dia que a minha coordenadora disse que nunca tinha visto o cart que eu tinha limpado no dia tão limpo em anos, que estava perfeito, eu quis chorar de felicidade. Finalmente alguma coisa perfeita!
Qual a grande lição que você tirou da experiência de trabalhar na Disney?
Que as pessoas são bem rabugentas quando tão com fome. To brincando! Acho que a minha lição é que por trás de uma empresa tão respeitada, tem muita gente trabalhando duro em todos os setores em prol dessa imagem. Desde os ICP’s, que tão lá por pouco tempo, até os que já estão lá há anos.
Ter trabalhado na Disney lhe dá uma visão diferente dos parques? Se você os visitasse hoje, enxergaria com outros olhos?
Com certeza. Acho que eu prestaria muito mais atenção aos Cast Members por saber que muitos estão trabalhando duro ali há 12 horas. Num calor escaldante ou frio congelante. E que os Guests têm sempre experiências incríveis por causa dessas pessoas.
Que dica você daria para quem deseja tornar-se um Cast Member?
SÓ VAI. Não existe ninguém no mundo que não tire alguma boa experiência disso! É incrível trabalhar em uma empresa desse tamanho. ICP é diversão, trabalho duro, conhecer pessoas novas, conhecer culturas, lidar com pessoas, viver uma vida à parte da sua, que só traz coisas boas.
Conte-nos alguma situação curiosa ou engraçada que vivenciou durante seu CEP:
Nó, só uma? Sempre rolam umas coisas bizarras comigo, acho que sou meio zicada. Mas teve um menino brasileiro de uma excursão, dessas que vai aquela galera de 15 anos, que viu que eu era de BH igual ele, e resolveu conversar comigo enquanto eu vendia sorvete pra excursão dele inteira. No meio disso ele tenta me beijar. Na segunda vez eu ameacei chamar a security, porque sorriso Disney Look também tem limite, hahaha.
Estamos chegando ao fim de nossa entrevista, gostaria de deixar algum recado para nossos leitores?
Acho que eu pareço meio negativa, mas prometo que foi uma experiência sensacional, que eu não trocaria por nada (inclusive to tentando voltar). Tentem sim, e quando passarem, tirem o máximo de tudo! Das pessoas, do trabalho, dos parques, dos problemas, das festas.
Só vai!
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